Em 312, o Imperador Constantino teve um sonho em que uma cruz apareceu no céu; uma voz disse que ele venceria a batalha da Ponte Mílvio se usasse a cruz como estandarte. Assim o fez e, vencendo a batalha, atribuiu sua vitória a Deus. A Cruz se tornou o próprio símbolo do império de Constantino.
A cruz traz em si a totalidade de Cristo e de seu desígnio de salvação sobre a terra. Nenhum outro símbolo é mais icônico. Nenhum é mais reconhecível e indelével.
Por esse motivo, se afirmou a intenção do imperador de concretizar a novidade buscando o autêntico lenho sobre o qual Cristo havia sido crucificado. O imperador apoiou a viagem de sua mãe Helena aos lugares sagrados justamente para buscar evidências tangíveis da nova religião. A imperatriz partiu e esteve na Palestina entre 326 e 328. Uma viagem arqueológica nas pegadas da vida de Jesus, sua Paixão e Ressurreição.
Helena, como nos conta a tradição, conseguiu que lhe apontassem o túmulo de Cristo para que encontrasse a cruz recorrendo a alguns estratagemas. Ela encontrou três cruzes. Qual seria a autêntica? Ela tentou tocar com as cruzes uma mulher doente, e com uma delas o corpo recuperou a saúde. A cruz de Cristo havia sido identificada.
Entre as relíquias da Paixão não é raro encontrar as dos fragmentos da Cruz. A descoberta de Elena, mãe de Constantino, suscitou enorme ressonância na época, contada por fontes hagiográficas e pela arte. A cruz foi dividida em três pedaços que foram levados às cidades mais importantes: Jerusalém, Constantinopla e Roma, sendo mais tarde subdividida para a adoração dos fiéis de todo o mundo cristão.
Helena expôs as relíquias sagradas, incluindo o fragmento da cruz, em uma capela de seu palácio. A Basílica da Santa Cruz em Roma é, portanto, uma parte de Jerusalém na cidade Eterna. Foi construída e ampliada a partir de uma capela erguida sobre a terra trazida da Terra Santa. É um baú de relíquias e obras de arte.
O relicário alojado na Basílica de Santa Cruz é uma cruz de ouro. É em prata dourada e lápis-lazúli, com figuras de anjos voadores e da Virgem aos pés da cruz.
Lascas da madeira preciosa são encontradas não apenas na Basílica de Santa Cruz, mas em muitos outros lugares da Itália, Europa e outros. Os mais famosos encontram-se na Notre Dame de Paris, na Catedral de Pisa e em Santa Maria del Fiore, em Florença. Em uma catequese de 348, Cirilo de Jerusalém afirma que “toda a Terra está cheia das relíquias da Cruz de Cristo”, e ainda “… o santo lenho da Cruz nos dá testemunho, visível entre nós hoje, e que deste lugar já se espalhou por todo o mundo, por aqueles que, em sua fé, levam pedaços dele”.
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