Neste domingo (8), a Igreja em todo o país encerra a Semana Nacional da Vida e celebra o Dia do Nascituro (bebê no ventre da mãe). A iniciativa é da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF). Neste dia, o subsídio Hora da Vida propõe uma reflexão sobre o direito de as crianças nascerem e serem acolhidas em uma família. Tema relevante na luta contra o aborto, que pode ser descriminalizado com o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 no Supremo Tribunal Federal (STF).
“É um tema que nos faz defender, ainda mais, a vida desde a concepção até o seu fim natural. A adoção, diante da recusa em ter o filho, pode ser uma verdadeira resposta a esta discussão sobre o aborto. Por isso, a Igreja incentiva e propõe a reflexão como forma de proteger essas crianças, que poderão encontrar um lar para ser acolhidos e amados”, comentou padre Rodolfo Pinho, assessor da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Durante os dias da Semana Nacional da Vida, os encontros abordaram a questão de casais que não puderam conceber seus filhos, mas que se abriram à vida ao acolher as crianças que não puderam viver com seus pais. Por outro lado, foi discutida a questão de mulheres que, por vários motivos, são tentadas a abortar ou a abandonar seus filhos e o papel dos fiéis e da Igreja para encontrar soluções para este problema. O texto proposto no livreto recorda o que o Papa Francisco falou sobre o assunto:
“A adoção é um caminho para realizar a maternidade e a paternidade de uma forma muito generosa, e desejo encorajar aqueles que não podem ter filhos a alargar e abrir o seu amor conjugal para receber quem está privado de um ambiente familiar adequado. Nunca se arrependerão de ter sido generosos. Adotar é o ato de amor que oferece uma família a quem não a tem” (Amoris Laetitia, 179).
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Entrega Legal
A entrega voluntária de bebês recém-nascidos para adoção é garantida legalmente e regulamentada pela Lei da Adoção (13.509/2017). A medida possibilita que uma gestante ou mãe entregar seu filho para adoção, em um procedimento assistido pela Justiça da Infância e Juventude. No Brasil, em 2021 foram registradas 1.312 entregas voluntárias no país, número que subiu para 1.667 em 2022.
Dom Reginei José Modolo, bispo auxiliar de Curitiba (PR) e membro da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, conta que na entrada da Casa Pró-Vida Imaculada Conceição, na capital paranaense, há uma árvore com mais de 200 crianças e mães que já passaram pela entidade – que deixaram de ser abortadas ou que encontraram um novo lar para serem amadas e cuidadas.
“Aproveitamos este momento para anunciar a beleza do que é possível ajudar aquelas mulheres que receberam o anúncio do Evangelho da Vida. Tem gente que tem esse amor para oferecer e que ela pode ficar muito tranquila, seja em relação às questões legais ou humanas, para doar essa criança”, comentou.
Outra experiência é a da Associação Civil Quintal de Ana (www.quintaldeana.org.br), conduzida pelo casal coordenador nacional de Casos Especiais, Sávio e Bárbara Bittencourt. Eles têm cinco filhos e dão suporte a famílias que querem adotar. Há 20 anos o casal trabalha com a preparação de pretendentes à adoção, o apoio e orientação de famílias adotivas, apadrinhamento afetivo e a busca ativa para crianças e adolescentes sem família.
“É importante se posicionar contra o aborto, mas há diversas ações que podemos fazer em nosso cotidiano, como visitar aquela criança que está institucionalizada, ela também merece uma família. Ir lá, dar um abraço, é uma experiência muito bonita e que abre os nossos horizontes”, reforçou o bispo.
Gestos concretos
Como de costume, neste dia, a Pastoral Familiar convida os fiéis a realizar um gesto público de “propagação da ‘Luz de Cristo’ para que possa iluminar e proteger as vidas vulneráveis e indefesas, além de promover o tema da adoção. Para isso, são chamados a acender o maior número de velas e rezar a “Oração do Nascituro” durante um ato realizado em praças, nas Igrejas, próximo a prédios públicos, entre outros locais. Missas, marchas, caminhadas e procissões, também estão agendadas para a data em todo o país.
Além disso, durante os encontros, os participantes foram chamados à realização de gestos concretos em favor da vida como: a prática da adoção; conhecer o Programa Família Acolhedora e, sendo possível, colocar-se a serviço capacitando, acolhendo ou divulgando; contribuir com os centros de acolhida da mãe gestante; ser membro de Comissões Diocesanas de Bioética; entre outros.
Fonte: CNBB
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