São Domingos de Gusmão foi um sacerdote espanhol, fundador da ordem dos dominicanos ou pregadores. Num determinado momento da sua vida decidiu ir à França para lutar contra a heresia albigense. Esta heresia, entre outros erros, ensinava que havia dois deuses: um bom e um mau. São Domingos se empenhou no combate desta heresia, mas, no início, não conseguiu grandes frutos.
No ano de 1208, foi a um bosque chorar, rezar e suplicar a Nossa Senhora para que mostrasse uma arma espiritual eficaz para vencer aquela batalha. Depois do terceiro dia que estava em oração, Nossa Senhora apareceu-lhe acompanhada de três anjos e disse a São Domingos:
– Querido Domingos, você sabe qual é a arma que a Santíssima Trindade quer usar para mudar o mundo? A resposta de São Domingos foi que ela sabia melhor que ele. Então Nossa Senhora lhe disse:
– Quero que saiba que neste tipo de guerra a arma sempre foi o Saltério Angélico (palavras do Arcanjo Gabriel a Nossa Senhora na Anunciação), que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Portanto, se você quer converter estas almas endurecidas e ganhá-las para Deus, difunda o meu saltério.
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Conta-se que Nossa Senhora, então, mostrou o terço para São Domingos, com as 50 Ave-Marias, que passou a ser conhecido como Saltério da Bem-Aventurada Virgem Maria. A partir daí São Domingos começou a espalhar esta devoção, encontrando eco nos fiéis católicos que não sabiam ler e queriam de alguma maneira imitar os monges que recitavam os 150 Salmos da Bíblia.
Passado um tempo, como esta devoção veio a enfraquecer-se, Nossa Senhora apareceu ao beato Alano de Rupe (1428-1475), também da ordem de São Domingos, e lhe pediu para avivá-la novamente. Nossa Senhora lhe disse que seriam necessários volumes imensos para registrar todos os milagres obtidos por meio do terço e reiterou as promessas feitas a São Domingos de Gusmão.
Inspirado pela Mãe de Deus, Alano criou as agrupações de 50 Ave-Marias conhecidas como Mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos. Acrescentou também os Pai-Nossos no início de cada dezena. Surgia assim o Rosário como nós conhecemos hoje, com a diferença da inclusão recente dos Mistérios Luminosos pelo papa João Paulo II.
Um marco importante na história do terço: a batalha de Lepanto
A batalha de Lepanto deu-se no dia 7 de outubro de 1571 e teve como finalidade conter o avanço turco na Europa. A esquadra cristã, composta de aproximadamente 200 embarcações, teve de enfrentar-se com uma frota adversária superior.
O Papa São Pio V, que era da ordem dominicana, recebeu de Nossa Senhora a revelação e que venceria a batalha contra os muçulmanos através do Santo Rosário. O Pontífice pediu então que toda a Igreja, inclusive aqueles que participariam das batalhas, que rezassem com fé e devoção o Rosário.
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Dois anos depois se travou o combate que durou apenas um dia, com a vitória dos católicos. No final da luta, Nossa Senhora apareceu diante do papa Pio V, que estava em Roma, para lhe comunicar a boa notícia. Com grande alegria o papa instituiu neste dia, 7 de outubro, a festa de Nossa Senhora do Rosário, com a certeza de que foi através da oração do Rosário recitada por tantos fiéis ao longo de dois anos que propiciou a vitória nesta batalha tão decisiva para a cristandade. A partir desta data o rosário passará a ser conhecido como “arma poderosa”, a arma por excelência dos católicos para vencerem todos os inimigos.
Coroa de Rosas
A palavra rosário quer dizer “coroa de rosas”, toda vez que o povo reza o Rosário de maneira devota eles colocam uma coroa de cento e cinquenta e três rosas vermelhas (cor de rosa) e dezesseis rosas brancas nas cabeças de JESUS e Maria. Por se tratarem de rosas celestiais, estas rosas nunca murcham, nem perdem sua fragrância e delicada beleza. Nossa Senhora mostrou sua total aprovação do nome de Rosário. Ela revelou a várias pessoas que cada vez que elas rezam uma Ave Maria, elas lhe dão uma linda rosa e que a cada Rosário completo uma coroa de rosas.
O conhecido Jesuíta, Irmão Alfonso Rodriguez, tinha por costume rezar seu Rosário com tanto fervor que ele estava habituado a ver rosas brancas saírem de sua boca a cada PAI Nosso e uma rosa vermelha a cada Ave Maria. As rosas vermelhas e brancas são iguais beleza e fragrância, tendo por única diferença a cor.
As crônicas de São Francisco nos dizem que um jovem frade tinha um costume louvável de rezar o Rosário de Nossa Senhora diariamente antes do jantar. Um dia, não se sabe porquê, deixou de rezar. O sino do refeitório já havia tocado quando ele pediu ao superior permissão para rezar antes de ir à mesa, e tendo obtido a permissão recolheu-se à sua cela para rezar.
Após um longo tempo que se retirara, o Superior enviou outro frade para chamá-lo, e este o encontrou em ser quarto banhado por uma luz celestial a olhar Nossa Senhora que tinha dois Anjos consigo. Lindas rosar saíam de sua boca a cada Ave Maria; os Anjos as recolhiam uma a uma, colocando-as na cabeça de Nossa Senhora, e ela sorridente as aceitava.
Finalmente, dois outros frades que foram enviados a fim de saber o que acontecia aos dois primeiros também puderam ver a mesma bela e admirável cena, e Nossa Senhora não se retirou até que o Rosário fosse rezado completamente. O Rosário completo é, pois, uma grande coroa de rosas e o Terço de cinco dezenas é uma pequena coroa de flores ou uma pequena coroa de rosas celestiais que colocamos nas cabeças de JESUS e Maria. A rosa é a rainha das flores, e o Rosário, depois da Santa Missa é a melhor das devoções. (11º Capitulo – Extraído do Livro “O Segredo do Rosário” São Luiz M. Grignion de Montfort)
Promessas de Nossa Senhora a quem recita a oração:
1. Prometo minha proteção e as maiores graças aos que rezarem o terço.
2. Aqueles que rezarem-no com muita fé em vida, na hora de sua morte encontrarão a luz de Deus e a plenitude da sua graça.
3. As crianças devotas dele merecerão um alto grau de glória no céu.
4. Obterão tudo o que pedirem mediante esta oração.
5. Os que propagarem esta devoção serão assistidos por mim em suas necessidades.
6. Os que acudirem a mim ao rezá-lo, terão como intercessora toda a corte celeste durante a vida e na hora da morte.
Estas promessas, de uma maneira ou de outra, foram reiteradas por Nossa Senhora nas aparições de Fátima. Veja, por exemplo, o que a Virgem Santíssima disse à irmã Lúcia na primeira aparição:
– Não tenhais medo, não farei nenhum dano!
– De onde vem Vossa Mercê?
– Venho do Céu.
– E, o que queres de mim?
– Venho pedir-te que durante 6 meses seguidos venhas aqui no dia 13 a esta mesma hora. Então te direi quem sou e o que quero. E, depois, voltarei aqui uma sétima vez.
– E irei eu também ao Céu?
– Sim, irás.
– E Jacinta?
– Também
– E Francisco?
– Também! Mas terá que rezar muitos terços!… Desejais oferecer-vos a Deus para suportar todo o sofrimento que Ele deseja enviar-vos, como ato de reparação pelos pecados pelos quais Ele é ofendido e para pedir pela conversão dos pecadores?
– Sim, queremos.
– Então tereis que sofrer muito. Mas a graça de Deus vos confortará.
Nisto, se ajoelharam e fizeram um ato de adoração a Deus. A Virgem, em seguida disse:
– Rezai o Rosário todos os dias para obter a paz do mundo e para terminar a guerra.
Nossa Senhora, nestas palavras, mostra a força do terço para alcançar a salvação e como instrumento da paz do mundo.
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