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O Ano Litúrgico

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O Ano Litúrgico foi elaborado pela Igreja com o objetivo de comemorar os acontecimentos marcantes da História da Salvação. Difere-se do Ano Civil, que começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de dezembro.

O Ano Litúrgico tem seu início no 1º domingo do Advento e termina no último sábado do Tempo Comum, ou seja, na véspera do 1º domingo do Advento.

Desenrolam-se então os diversos ciclos. Sendo o primeiro o do Natal. Os quatro domingos antes do Natal são ditos do Advento, palavra que significa vinda, chegada. Época de preparação espiritual para a solenidade do Nascimento de Jesus. O Advento termina dia 24 de dezembro à tarde. É um período de esperança e purificação da vida. A cor deste tempo litúrgico é a roxa. Segue-se a solenidade do Natal, ciclo que termina na festa do Batismo de Jesus. É tempo de alegria e júbilo, daí a cor branca. No domingo seguinte ao Natal, comemora-se a Epifania que dura três semanas. É uma festa que lembra a manifestação de Jesus como Filho de Deus. Neste ciclo de Natal também são celebradas as festas da Apresentação do Senhor no dia 2 de fevereiro, da Sagrada Família, de Santa Maria Mãe de Deus e, como foi dito, do Batismo de Jesus.

O Tempo Comum, na sua primeira parte, começa na 2ª feira após o Batismo de Jesus e termina na Véspera da Quarta-feira das Cinzas. A Igreja incute então a esperança e insiste na escuta atenta da Palavra. A cor deste tempo é o Verde, símbolo da esperança cristã.

Depois vem a Quaresma que principia na Quarta-feira das Cinzas e vai até a Quarta-feira da Semana Santa. Época de penitência e conversão. Volta a cor roxa.

Vem em seguida a Páscoa, cujo início se dá na Quinta-feira Santa e se estende até o dia de Pentecostes. Ocasião de alegria, pois Cristo venceu a morte! A cor é branca. O domingo de Páscoa é o maior dia do ano! Como foi registrado acima, a Páscoa tem seu abertura com a Ceia do Senhor na quinta-feira santa.  Neste dia é celebrada a Instituição da Eucaristia e do sacerdócio. Na sexta-feira celebra-se a Paixão e Morte de Jesus. No sábado acontece a solene Vigília Pascal. Este é o Tríduo Pascal que prepara o Domingo da Ressurreição.

Depois do Domingo de Pentecostes começa a 2ª parte do Tempo Comum que vai até a Véspera do 1º domingo do Advento. Ao todo são 34 semanas. É um período que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais simples. Note-se que ” o Tempo Comum não é tempo vazio. É momento no qual a Igreja continua a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino”, como bem ressaltou a CNBB. (Doc 43).

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho – Professor no Seminário de Mariana – MG (www.cleofas.com.br)

Mas foi assim desde o começo da Igreja? Não. No século I os cristãos não tinham outra festa a não ser a celebração semanal da ressurreição do Senhor.

No primeiro dia da semana (que os romanos chamavam “dia do Sol”) costumavam reunir-se para ouvir a Palavra de Deus, para celebrar a Eucaristia, e, nos primeiros anos, também para tomar a refeição em comum. Em seguida, todos voltavam para suas casas, despedindo-se uns dos outros, até o domingo seguinte.  Não tinham outras celebrações, além dessa.

Não passou muito tempo, porém, e a Igreja percebeu a necessidade de dedicar um dia do ano para a comemoração dos acontecimentos culminantes da vida de Jesus e por isso instituiu a Páscoa. No começo do século II essa festa já estava difundida em todas as comunidades cristãs. Sendo, porém, que um único dia destinado para celebrar a ressurreição de Cristo parecia muito pouco, pensou-se em prolongar a alegria dessa festa para sete semanas, os 50 dias de Pentecostes, que deviam ser celebrados com grande alegria, por-que, – como dizia um famoso bispo daqueles tempos antigos, chamado Irineu – “estes dias são como um único dia de festa, que tem a mesma importância do domingo”.

Passaram-se ainda muitos anos e por volta de 350 d.C. decidiu-se celebrar também o nascimento de Jesus. Mas em que dia nasceu Jesus? Ninguém sabia! Naquele tempo não existia o registro civil, como em nossos dias, e o povo se esquecia facilmente do dia e até mesmo do ano em que a pessoa tinha nascido. De que maneira, então, seria possível estabelecer a data do Natal?

Naqueles tempos havia uma festa, conhecida como a “Festa do nascimento do Sol”; no Egito era celebrada no dia 6 de janeiro e em Roma no dia 25 de dezembro. Os pagãos estavam convencidos de que o Sol era um deus e pro esta razão faziam uma festa para comemorar o seu nascimento. Era uma oportunidade na qual se divertiam, comiam e bebiam até se embriagarem.

Quando, por volta de 350 d. C., os cristãos se tornaram numerosos, até mesmo mais do que os pagãos, o que decidiram eles? Mudaram o nome e o sentido da festa do “nascimento do Sol”. Estabeleceram esse dia para a celebração do nascimento de Jesus, pois Ele é o verdadeiro Sol, a luz que ilumina todos os homens. E foi assim que, por muitos anos, o ano litúrgico teve seu início no dia 25 de dezembro.

Por volta do ano 600 d. C. os cristãos julgaram que uma festa tão importante deveria ser preparada com muito esmero, e por essa razão decidiram que fosse precedida pelos quatro domingos do Advento e que o Ano Litúrgico deveria começar com o primeiro desses domingos: portanto, no final do mês de novembro ou no começo de dezembro.

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