A devoção à “Mater Dolorosa”, muito difundida, sobretudo nos países do Mediterrâneo, desenvolveu-se a partir do final do século XI. Em 1814, o Papa Pio VII a incluiu no calendário litúrgico romano, fixando-a em 15 de setembro, no dia seguinte à festa da Exaltação da Santa Cruz. No século XV, encontramos as primeiras celebrações litúrgicas sobre Nossa Senhora das Dores, “em pé” junto à Cruz de Jesus.
Em 1233, nasceu a “Ordem dos Servos de Maria”, que muito contribuiu para a difusão do culto a Nossa Senhora das Dores, tanto que, em 1668, seus membros receberam a autorização para celebrar a Missa votiva das Sete Dores de Maria.
Pio X (†1914) determinou que a celebração fosse em 15 de setembro, um dia após a festa da Exaltação da Santa Cruz, não com o título de “Sete Dores de Maria”, mas como “Nossa Senhora das Dores”.
A memória de Nossa Senhora das Dores chama-nos a reviver o momento decisivo na história da salvação e a venerar a Mãe associada à Paixão do seu filho e, próxima d’Ele, levantada na cruz. A sua maternidade assume dimensões universais no Calvário.
As sete dores de Nossa Senhora
As dores correspondem ao mesmo número de episódios narrados no Evangelho:
- A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2,34-35);
- A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2,13-21);
- O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2,41-51);
- O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23,27-31);
- O sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João 19,25-27);
- Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61);
- O sepultamento do corpo do filho no Santo Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).
Imagem de Nossa Senhora das Dores
Nossa Senhora das Dores é representada com um semblante de dor e sofrimento, tendo sete espadas ferindo seu imaculado coração. Às vezes, uma só espada transpassa seu coração, simbolizando todas as dores que ela sofreu. Ela é também representada com uma expressão sofrida diante da Cruz, contemplando o filho morto. Foi daí que se originou o hino medieval chamado Stabat Mater Dolorosa (Estava a Mãe Dolorosa). Ela ainda é representada segurando Jesus morto nos braços, depois de seu corpo ser descido da Cruz, dando, assim, origem à famosa escultura chamada Pietà.
As promessas e graças aos devotos de Nossa Senhora das Dores
Santa Brígida, nas suas revelações aprovadas pela Igreja, afirma que Nossa Senhora lhe prometeu conceder sete graças a quem rezar todos os dias sete ave-marias em honra das suas principais “sete dores”, meditando a seu respeito. Estas são as promessas:
- Colocarei a paz em suas famílias.
- Serão iluminados sobre os Divinos Mistérios.
- Eu os consolarei em suas penas e os acompanharei nos seus trabalhos.
- Eu lhes concederei tudo o que me pedirem, desde que não se oponha à vontade do meu adorável Divino Filho e à santificação de suas almas.
- Eu os defenderei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e os protegerei em todos os instantes da vida.
- Eu os assistirei visivelmente no momento da morte e eles verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.
- Obtive de meu Filho que aqueles que propagarem esta devoção sejam levados desta vida terrena à felicidade eterna diretamente, pois lhes serão apagados todos os pecados e meu Filho e eu seremos a sua eterna consolação e alegria.
Santo Afonso Maria de Ligório diz que Jesus prometeu aos devotos de Nossa Senhora das Dores as seguintes graças:
- O devoto que invocar a divina Mãe pelos merecimentos de suas dores conseguirá, antes da morte, fazer verdadeira penitência por todos os seus pecados.
- Nosso Senhor imprimirá nos seus corações a memória de Sua Paixão, dando-lhes o prêmio do Céu.
- Jesus Cristo os guardará em todas as tribulações, especialmente na hora da morte.
- Jesus os deixará nas mãos de sua mãe, para que deles disponha a seu agrado e lhes obtenha todos os favores.
O ícone milagroso de Nossa Senhora das Dores
Campocavallo é uma pequena aldeia nas planícies da região de Marches, no centro da Itália. Em um quarteirão do local ficava uma igreja rural que servia para oferecer consolo aos viajantes. Dentro da igreja, no entanto, havia uma imagem oleográfica de Nossa Senhora das Dores que Dom Sorbellini comprou de um comerciante viajante. Até então, não havia nada de extraordinário na imagem até o verão de 1892.
Naquele ano, em 16 de junho, festa de Corpus Christi, o ícone da Virgem Maria começou a chorar. Além disso, no dia seguinte, os olhos de Maria no ícone começaram a se mover. De fato, esses acontecimentos foram testemunhados por inúmeras pessoas. Mas logo muita gente começou a ouvir sobre o fato misterioso e os peregrinos começaram a chegar a Campocavallo. O prodígio continuou a se repetir por 10 anos.
Dom Sorbellini começou, então, a trabalhar na construção de um grande santuário para acomodar as multidões. Quatro meses após o milagre inicial, lançou-se a pedra fundamental. A obra, no entanto, levou 13 anos.
Em 1948, a Ordem dos Servos de Maria, uma ordem mendicante de Florença, assumiu a administração do santuário. Em 1986, a administração passou para o clero diocesano de Osimo. Mais recentemente, desde 2001, os Franciscanos dos Frades Imaculados passaram a gerenciar o santuário.
A igreja tradicional tem a forma de uma cruz latina. São três naves, com dez pilares e seis colunas. O ícone de Nossa Senhora das Sete Dores, no entanto, domina a bela edícula de mármore atrás do altar-mor dentro da abside.
Em 1939, uma tradição única começou em Campocavallo. Todos os anos, no mês de agosto, os habitantes da cidade apresentam carruagens com grandes modelos de igrejas feitas exclusivamente de espigas de trigo entrelaçadas.
Os modelos extraordinários são magníficas obras de devoção a Nossa Senhora das Dores. Eles são, de fato, uma manifestação comovente do amor dos habitantes da cidade pelo seu santuário e por Nossa Senhora.
Esse título de Nossa Senhora das Dores assim como todos os outros tem um grande significado, esse nasceu da dor, do sofrimento de ver o seu filho sendo morto na Cruz, e nos ensina a lidar com o sofrimento, com sabedoria, meditação e oração. Entender que é necessário que passemos por aquele sofrimento para que depois venha a alegria. Que algo tem por trás daquele momento difícil e muitas vezes não conseguimos enxergar. Que ao olhar para trás depois de um tempo possamos entender que foi um momento ruim que passamos, mas depois vem a consolação.
Nossa Senhora das Dores, também é conhecida como Nossa Senhora da Consolação, ou seja, ela consola as nossas lágrimas com seu amor nos momentos difíceis da nossa vida. Ela nos consola também, dando-nos a certeza da ressurreição.
Maria foi fiel a Missão dada por Jesus, após a Morte e Ressurreição de Jesus Ela acompanha os apóstolos em sua Missão e estava no cenáculo quando tiveram a experiência da presença do Espírito Santo que fez os discípulos saírem em missão para anunciar o Reino de Deus. E Ela nos ensina também a sermos fiéis na nossa missão, vivendo o nosso batismo, anunciando o Reino de Deus.
Que Nossa Senhora, a Mãe das dores seja um sinal em todas as situações difíceis de nossa vida e interceda por nós neste tempo de sofrimentos e nos inspire a fé e a coragem para que não desanimemos nas situações de “morte” e nos ajude a crescer e a encontrar a “Ressurreição”.
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