Origem e Conversão de Santa Cecília
Santa Cecília, pertencente à nobre família romana dos Metelos, mesmo vivendo em ambiente pagão, recebeu cedo de Deus a graça de conhecer a fé em Cristo. Seus dotes físicos e morais eram extraordinários.
Adepta fervorosa da nova doutrina, seu coração virginal abriu-se para a luz que veio iluminar os homens. Quanto mais repugnava ao paganismo, mais se encantava pela beleza da religião de Jesus.
Voto de Castidade e Vida de Oração
Desejando entregar-se totalmente a Cristo, fez voto de castidade. Sua convicção religiosa era tão profunda que não hesitaria em sacrificar a vida, se necessário. Dedicava-se ao estudo do Evangelho, buscando conformar seu coração ao de Cristo.
O Casamento Imposto e a Confiança em Deus
Sem seu conhecimento, seus pais a prometeram em casamento ao jovem patrício romano Valeriano. Apesar de tentar recusar, foi obrigada a aceitar. No dia do casamento, mantendo confiança total em Deus, jejuou por três dias e pediu ao divino Esposo que guardasse sua virgindade.
A Revelação ao Noivo e a Conversão de Valeriano
Quando ficou a sós com Valeriano, Cecília revelou que um Anjo guardava sua castidade e explicou seu voto a Deus. Impressionado, Valeriano pediu para ver o Anjo e aceitou ser batizado. Após instrução do Papa Urbano, foi recebido na fé cristã. Ao voltar, encontrou Cecília em oração e viu o Anjo brilhante ao seu lado.
Conversão de Tibúrcio e Testemunho da Fé
Valeriano converteu seu irmão Tibúrcio, que também recebeu o Batismo e viu o Anjo. A conversão dos irmãos, porém, não passou despercebida. O prefeito Almáquio exigiu que renunciassem à fé; diante da recusa, ambos foram martirizados.
O Julgamento e Martírio de Santa Cecília
Cecília também foi julgada. Interrogada sobre os bens dos mártires, revelou que os havia distribuído aos pobres. Almáquio tentou obrigá-la a cultuar os deuses romanos, mas sua firmeza converteu até soldados que a escoltavam.
Sem conseguir dobrá-la, ordenou que fosse trancada nos banhos superaquecidos do palácio. Porém, milagrosamente, Cecília nada sofreu.
Então determinou sua execução. O algoz desferiu três golpes, mas não conseguiu decapitá-la. Gravemente ferida, viveu três dias, aconselhando cristãos, entregando seus bens ao Papa e pedindo que sua casa se tornasse igreja.
Foi martirizada em Roma por volta do ano 230.
Por que é Padroeira dos Músicos?
As “atas de Santa Cecília” são textos que narram sua vida e martírio. Os relatos indicam que, no dia de seu casamento, enquanto os músicos tocavam, ela cantava a Deus em seu coração.
Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: “Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava, no seu coração, um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo”.
Essas palavras fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e por isso a Igreja a considera padroeira dos músicos.
Descoberta das Relíquias e Veneração
Após sua morte, foi sepultada próximo à Via Ápia. Séculos depois, durante o pontificado de Pascoal I (817–824), uma aparição da Santa revelou o local de seu túmulo.
Seu corpo foi encontrado intacto, na mesma posição da morte. Em 1590, nova abertura confirmou o mesmo estado preservado.
A Igreja Ocidental e Oriental sempre a veneraram, e seu nome está no Cânon da Missa. Desde o século XV é reconhecida como Padroeira da Música Sacra.
Reflexões sobre a Música Sacra
A Música e o Culto Divino
A Igreja utiliza a música para embelezar o culto divino. Deus, fonte de toda beleza, merece o melhor. Assim, a música destinada ao serviço sagrado deve ser digna, elevada e pura.
Música Profana, Religiosa e Sacra
Música Profana: pertence ao mundo, usada em teatros, festas e eventos. Não é apropriada para o culto.
Música Religiosa: aborda temas espirituais e sentimentos da alma. Algumas composições podem ser usadas na Igreja após avaliação competente.
Música Sacra: é a música oficial da Igreja, litúrgica, autêntica, destinada unicamente à glória de Deus e à santificação dos fiéis.
A Música Sacra na Tradição da Igreja
Introduzir músicas mundanas na liturgia é uma profanação e escândalo. São Pio X, em seu Motu Proprio sobre música sacra, deixou normas claras que se tornaram referência para toda a Igreja.































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