A Canonização do “Apóstolo do Brasil” ocorreu 417 anos depois da sua morte, no dia 24 de abril de 2014, pelo Papa Francisco, em Roma. Em um documento dos Postuladores da Causa de Canonização, de 488 páginas, registram-se 5.350 histórias de pessoas, que alcançaram graças, por intercessão de São José de Anchieta.
Em abril de 2015, durante a 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), São José de Anchieta foi declarado copadroeiro do Brasil.
Padre José de Anchieta é canonizado sem os dois milagres geralmente necessários; um para a beatificação e outro para a canonização propriamente dita. Os canonistas chamam este procedimento de “canonização equipolente”, pois ela equivale ao processo normal para declarar que determinada pessoa falecida se encontra junto de Deus, intercedendo pelos que ainda vivem na terra.
Na canonização equipolente deve-se ater a três requisitos básicos:
1) a prova do culto antigo ao candidato a santo,
2) o atestado histórico incontestável da fé católica e das virtudes do candidato,
3) a fama ininterrupta de milagres intermediados pelo candidato.
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José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534 em Tenerife, nas Ilhas Canárias, na Espanha. Era primo do fundador da Companhia de Jesus, Santo Inácio de Loyola, onde ingressou em 1551. Chegou ao Brasil em 1553, aos 19 anos, por iniciativa do Padre Manuel da Nóbrega, que precisava de reforço para a evangelização no País. No Brasil José de Anchieta percorreu vários Estados, como Bahia, São Paulo e Espírito Santo. Foi criador do Colégio de Piratininga, inaugurado em 25 de janeiro de 1554 e que deu origem à cidade de São Paulo.
O jovem jesuíta catequizou índios, fundou e construiu povoados, colégios e igrejas. Também lutou contra invasores franceses no Espírito Santo e fundou e dirigiu o Colégio dos Jesuítas em Vitória.
José de Anchieta morreu na aldeia de Reritiba, atual município que leva seu nome, em 9 de junho de 1597 e seu corpo foi transportado pelos índios até a Catedral de Vitória, onde foi sepultado.
Em 1611 os seus restos mortais foram transladados. Uma parte foi levada para o Colégio São Thiago, que dirigiu em Vitória, hoje Palácio Anchieta, sede do Governo do Espírito Santo, e outra enviada para Roma.
O Padre Anchieta foi beatificado pelo papa João Paulo II, em Roma, em 22 de junho de 1980. O processo durou 417 anos e foi um dos mais longos da História. O Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha, afirma que o Beato Anchieta teve grande influência na formação religiosa do Estado e do Brasil: “Ele foi um grande catequista, um grande missionário, grande professor, grande místico, um homem de Deus!”. Sua disposição em caminhar fazia com que ele, pelo menos duas vezes por mês, percorresse a trilha litorânea entre Iririgtiba (atual balneário de Iriri) e Vitória, 105 quilômetros, conhecida como os “Passos de Anchieta”, hoje é um caminho percorrido por muitos brasileiros e estrangeiros.
Alguns milagres de São José de Anchieta:
Levitação – Através do testemunho de várias pessoas contemporâneas de Anchieta, sabe-se que a levitação do santo era um fato corriqueiro quase não despertando sustos na população. Era comum ele rezar missas levitando. Levitar, entretanto, não era algo comum entre os índios. Aliás, foi essa proeza, que uma vez o salvou dos perigosos tamoios, quando foi feito refém em Iperoig (onde hoje é Ubatuba), enquanto o padre Nóbrega tentava um pacto com os tupis. O chefe dos tamoios, Pindobuçu, vendo-o elevar-se do chão, atemorizou-se e, na dúvida sobre que espíritos, bons ou maus, estariam dando-lhe forças para tal, preferiu não arriscar, poupando-lhe a vida.
Ressuscitou mortos – Sabe-se de pelo menos seis pessoas revisitadas pelo padre Anchieta embora fugisse disso alegando sempre: ‘Não vim como médico’. Conta-se que uma menina havia morrido, deixando seus pais desconsolados. O padre Anchieta chega, vai até o seu cadáver e diz-lhe: “Minha filha, tu estás querendo roubar o paraíso facilmente. Volta e luta”. Imediatamente, a menina ressuscita. Também existe a famosa história do índio Diego, que todos achavam que era batizado, por guardar os mandamentos e dizer-se cristão. Mas, após morrer sem o sacramento, durante o seu enterro, ele se levanta e pede a uma senhora que vela o seu corpo que chame o padre Anchieta, a fim de ser batizado. O apóstolo chega, batiza-o e ele morre novamente.
Padre José de Anchieta fica meia hora embaixo da água rezando – Certa ocasião, o beato navegava pelo rio Tietê quando seu barco naufragou. Diz a história que o barqueiro que o conduzia, após vários mergulhos, encontrou-o no fundo da água, calmo, sentado e lendo o catecismo, e rezando. De acordo com a biografia escrita por Pero Rodrigues, contemporâneo do beato, “ele ficou submerso coisa de meia hora.”
Sua pregação é ouvido a quilômetros de distância – Quando Anchieta se encontrava em Bertioga várias pessoas ouviram sua voz, em pregação, num momento em que ele estava a várias dezenas de quilômetros distante do local.
Um clarão durante a sua pregação – Numa missa, na presença de muitos fiéis, durante a pregação, o padre caiu de joelhos. Neste exato momento, um imenso clarão iluminou o templo e chegou a assustar aos que estavam na Igreja de Nossa Senhora de Itanhaém.
Faz pecadores encontrarem peixes – Um dos casos de premonição, ou adivinhação, mais conhecidos do santo é o da falta de peixes na Bahia. Os peixes estavam cada vez mais escassos e os pescadores começavam a passar necessidade. Anchieta então chamou um deles e mostrou-lhe o lugar onde deveria jogar sua rede. Num único lançamento o pescador tirou tantos peixes que não só supriu suas necessidades e as dos missionários como pode repartir a sobra entre os pobres.
Lia pensamentos e falava com animais selvagens – São inúmeros os depoimentos de pessoas que afirmam que o padre lia pensamentos. Existem vários relatos que afirmam a existência de conversas entre o missionário e animais selvagens, como cobras e onças no cativeiro.
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