Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Santa Dulce dos pobres, nasceu no dia 26 de maio de 1914, na Bahia, Brasil. Era a segunda filha do casal Augusto Lopes Pontes e Dulce Souza Brito, que já tinha quatro outros filhos. Sua mãe morreu aos 26 anos, quando ela tinha apenas 6 anos de idade, porém, teve uma infância feliz, com os irmãos e os parentes, que procuravam compensar a grande perda. Certo dia, a menina foi com uma tia materna visitar os pobres de um convento. Foi diante de tanta privação e sofrimento que a pequena decidiu: “Quero ser freira e dedicar minha vida aos pobres”. E isso ela nunca esqueceu.
Maria Rita se desenvolveu pouco fisicamente, tornou-se uma mulher pequenina e de aparência muito frágil. Mas aos 19 anos, após diplomar-se professora, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe e, aos 20 anos, fez sua profissão religiosa, assumindo o nome de Irmã Dulce, em homenagem à mãe.
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Determinada a atender os mais carentes, voltou à Bahia em 1934, iniciando um trabalho de assistência à comunidade pobre de Alagados e Itapagipe. Nesse mesmo ano funda a União Operária São Francisco, primeiro movimento cristão operário de Salvador. A imprensa começa a chamá-la de Irmã Dulce dos Pobres, o anjo dos Alagados. Em 1937, fundou o Círculo Operário da Bahia.
Decidida a acolher os doentes que a procuravam, Irmã Dulce os abrigava em casas abandonadas e, em seguida, saía em busca de alimentos, remédios, assistência médica e ajuda financeira dos comerciantes e pessoas amigas. Seu lema era: “Amar e servir o mais necessitado entre os necessitados, como se acolhesse o próprio Cristo”.
Irmã Dulce iniciou seu trabalho assistencial num albergue improvisado em 1946, no galinheiro do convento das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, para acolher 70 doentes que ela havia recolhido nas ruas de Salvador. Atualmente, atende em seus onze núcleos, mais de um milhão de carentes por ano, um trabalho inteiramente gratuito. Nessas Obras Sociais estão portadores de deficiências, idosos, crianças, adolescentes, mendigos, alcoólicos, toxicômanos e todos os que vivem à margem da sociedade.
Para construir sua obra, Irmã Dulce contou com o apoio do povo baiano, de brasileiros dos diversos estados e de personalidades internacionais. No dia 7 de julho de 1980, Irmã Dulce ouviu do Papa São João Paulo II, na sua primeira visita ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra. Quatro anos depois fundou a Associação Filhas de Maria Servas dos Pobres. E em 1988, foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz.
Em 20 de outubro de 1991, na segunda visita ao Brasil, o Papa São João Paulo II fez questão de visitar Irmã Dulce, já bastante debilitada no seu leito de enferma, no Convento Santo Antônio. Aos 13 de março de 1992, Irmã Dulce faleceu, com 77 anos de idade. A fragilidade dos últimos trinta anos da sua vida, com a saúde abalada seriamente, tinha setenta por cento da capacidade respiratória comprometida, não impediu que ela construísse e mantivesse uma das maiores e respeitadas instituições filantrópicas do país.
O Memorial Irmã Dulce guarda hoje cerca de dois mil relatos documentados de graças alcançadas por baianos, pessoas de outros Estados e até de outros países, concedidas por intercessão de Irmã Dulce, que atestam a sua fama de santidade ainda em vida e as virtudes heroicas do “Anjo Bom da Bahia”, como a freira, já no final da vida, era reconhecida.
No dia 13 de outubro de 2019, em uma cerimônia presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano, Irmã Dulce foi proclamada “Santa Dulce dos Pobres”, tornando-se a primeira santa brasileira.
Fonte: franciscanos.org
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