Conheça a vida e o testemunho fiel de Santo Inácio de Loyola: o cavaleiro de Cristo e mestre do discernimento espiritual.
Origem e juventude de Inácio de Loyola
Santo Inácio nasceu na Espanha, em Loyola, no ano de 1491. Era de família nobre e rica; o mais novo de 12 filhos e por isso recebeu a tonsura quando tinha 14 anos de idade.
A tonsura é um corte rente de parte do cabelo, geralmente de forma arredondada, realizado numa cerimônia religiosa. O significado original era o de renúncia às vaidades mundanas. Caiu em desuso, com a aprovação tácita da autoridade eclesiástica de Paulo VI, entretanto a Ordem Franciscana mantém, ainda hoje, essa tradição. Em todas as representações franciscanas, seus membros apresentam a tonsura no alto da cabeça.
Mas Inácio preferiu seguir a carreira militar. Ambicioso de crescer como cavaleiro, ele de fato foi educado pela sua família para ser um excelente cavaleiro.
Aconteceu que na defesa do Castelo de Pamplona, Inácio quebrou a perna e por isso teve que ficar muito tempo imobilizado e nunca se recuperou bem daquela perna. Mas Deus tirou um grande bem de todo aquele mal.
A conversão
Esse tempo em que teve que ficar parado, cansou de ler os contos das Guerras e dos grandes feitos, e recebeu um livro da vida de Cristo e também da vida dos Santos. Aquilo tocou profundamente o seu coração dando sentido a todo o seu sofrimento, que não era apenas um sofrimento físico da perna quebrada, mas também o sofrimento emocional porque sabia que não poderia se tornar o grande cavaleiro que tanto desejava ser.
Porém, lendo a vida de Jesus e dos Santos, descobriu que poderia se tornar um cavaleiro ainda maior; um cavaleiro do Céu, um cavaleiro do Senhor dos senhores. E lendo a vida de São Francisco e de São Domingos, ele chegou a seguinte conclusão:
“São Francisco fez isso, pois eu devo fazer o mesmo. São Domingos fez isso, pois eu tenho também de fazer”.
Leia mais:
-
15 frases dos santos para te ajudar nos dias difíceis
-
Meditações de São Pedro Julião Eymard sobre a Eucaristia – em áudio
-
Frases dos Santos sobre a Eucaristia
Caminho de santidade e a vivência da “santa indiferença”
Diante da experiência que teve, mudou completamente a sua vida. Entregando todos os seus bens, viveu como pobre mendigo, e diante do altar de Nossa Senhora de Monte Serrat, deixou sua espada tornando-se um verdadeiro cavaleiro de Cristo na busca da Santidade.
Vivia a santa indiferença: “da nossa parte, não queiramos mais saúde que enfermidade, riqueza que pobreza, honra que desonra, vida longa que vida breve e, assim por diante em tudo o mais, desejando e escolhendo somente aquilo que mais nos conduz ao fim para o qual somos criados”.
Gostou do conteúdo? Clique aqui e receba orações, reflexões e novidades diretamente no seu whatsapp!
Quer ter uma experiência profunda do Amor de Deus através da Palavra? Clique aqui, receba o Evangelho do dia e uma breve reflexão feita por padres.
Exercícios Espirituais e fundação da Companhia de Jesus
Viveu durante muito tempo em oração e uma vida de pobreza, passando por muitas dificuldades. Nesse tempo foi que ele escreveu sua obra mais importante: os Exercícios Espirituais.
Mais tarde, ele vai para Paris estudar filosofia e teologia; em 1534, junto à Francisco Xavier e outros companheiros, fundou a Companhia de Jesus. Alguns membros foram enviados para evangelizar o Brasil. Ele preparou e enviou os missionários jesuítas ao mundo todo para espalhar o cristianismo. Na época, era algo novo e original e também providencial, devido a reforma protestante e a necessidade de evangelizar o Mundo Novo, a América.
Legado espiritual e frases marcantes de Santo Inácio
A respeito da obra que ele havia fundado, dizia:
“O fim dessa companhia não é somente ocupar-se com a Graça Divina da Salvação e Perfeição da alma própria mas, com a mesma Graça, esforçar-se intensamente para ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo.”
Santo Inácio de Loyola também é conhecido pela profundidade e pelo desejo de glorificar a Deus. Tinha como lema de vida: “Tudo para maior glória de Deus”.
E buscando essa glória de Deus, costumava fazer certas afirmações:
“Rogo a Deus, Nosso Senhor, que conceda a todos graça abundante para conhecermos sempre sua santíssima vontade e inteiramente a cumprirmos.”
“Ninguém sabe o que Deus faria de nós se não puséssemos tantos obstáculos à Sua Graça.”
“Conservem em toda a parte, a liberdade de espírito e diante de quem quer que seja, não faças acepção de pessoas. Nas situações mais opostas, conserva sempre a tal liberdade de espírito e não a percas diante de obstáculo nenhum. Nesse ponto nunca desista.”
Morte, canonização e título de Padroeiro dos Retiros Espirituais
Santo Inácio testemunhou com sua vida que vale a pena viver para maior glória de Deus. Daquele menino ambicioso que desejava ser um grande militar, Deus fez um grande santo, que fez bem ao mundo inteiro. Tanto que, a bula da sua canonização se refere a ele como o homem que tinha a alma maior que o mundo, porque a sua obra se espalhou pelo mundo inteiro trazendo Graça e Verdade para todos que queriam alcançar a Verdade de Cristo.
Morreu no dia 31 de julho de 1556, em Roma, na Itália. Foi canonizado em 1622.
A sua incessante busca interior e as suas revelações o fizeram escrever os Exercícios Espirituais e ser considerado o santo do discernimento dos espíritos. Foi declarado Padroeiro de Todos os Retiros Espirituais pelo Papa Pio XI em 1922.
Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!
Comentários