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Os Reis Magos, venerados na tradição cristã como os sábios que trouxeram presentes a Jesus recém-nascido, não foram inicialmente canonizados como santos no sentido estrito da palavra. A história da transformação dos Reis Magos em santos se desenvolveu ao longo dos séculos.
A primeira menção dos Reis Magos na Bíblia encontra-se no Evangelho de São Mateus, onde são descritos como “magos do Oriente” que seguiram a estrela para adorar o recém-nascido Rei dos Judeus. O texto bíblico, no entanto, não fornece detalhes sobre a identidade ou o número exato dos Magos. A tradição ocidental posteriormente os nomeou como Melchior, Gaspar e Baltasar, atribuindo-lhes características distintas e representando diferentes idades e regiões geográficas.
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Ao longo dos primeiros séculos do cristianismo, a veneração dos Reis Magos cresceu, especialmente na Igreja Oriental. No entanto, a canonização formal, que é o processo oficial de reconhecimento e declaração de uma pessoa como santa, não ocorreu imediatamente. A canonização, como a entendemos hoje, começou a se desenvolver mais tarde na história da Igreja.
A veneração dos Reis Magos ganhou impulso significativo durante a Idade Média, quando suas relíquias tornaram-se objetos de grande devoção. Segundo a tradição, as relíquias dos Magos foram transferidas para Constantinopla no século IV e, posteriormente, para Milão no século V. No entanto, em 1164, o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Frederico Barbarossa, presenteou o arcebispo de Colônia, Reinaldo de Dassel, com as relíquias dos Reis Magos. Desde então, a Catedral de Colônia tornou-se o local de descanso final dessas relíquias.
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A devoção aos Reis Magos foi promovida por papa Leão I, que afirmava que, assim como os Magos adoraram Jesus como rei, eles também reconheciam sua divindade. No entanto, a canonização formal dos Reis Magos ainda não havia ocorrido.
Foi apenas no século XV que o Papa Calisto III, por meio de uma bula papal, proclamou oficialmente os Reis Magos como santos. Essa declaração formalizou a veneração que já existia entre os fiéis e estabeleceu um culto específico aos Magos.
A festa litúrgica dos Santos Reis Magos foi estabelecida em 1582 pelo Papa Sisto V, fixando-a para 6 de janeiro, celebrando a visita dos Magos a Jesus. Essa data, conhecida como a Epifania, é significativa na tradição cristã, representando a revelação de Jesus como o Salvador do mundo.
Ao longo dos séculos, a devoção aos Reis Magos continuou a prosperar em várias tradições cristãs, especialmente nas comunidades católica e ortodoxa. As representações artísticas e teológicas dos Magos como símbolos da universalidade da salvação e da adoração a Jesus transcenderam fronteiras culturais.
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