A festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo foi instituída para comemorar a sua aparição a São Simão Stock, em 16 de julho de 1251. O Primeiro livro dos Reis narra que o profeta Elias, se reuniu, no Monte Carmelo, com alguns homens, para defender a pureza da fé e vencer um desafio contra os sacerdotes do deus Baal.
Desde aquela experiência, formaram-se grupos de monges, que se inspiravam no profeta Elias, seguindo a regra de São Basílio: há indícios sobre isto, no século XI, quando os Cruzados chegaram ao local.
Por volta de 1154, o nobre francês, Bertoldo, ao chegar à Palestina, com seu primo Aimério de Limoges, Patriarca de Antioquia, retirou-se para a montanha, onde decidiu reunir os eremitas para viver como cenobitas. Os religiosos construíram uma igrejinha, entre suas celas, dedicada à Virgem. Assim, foram chamados Irmãos de Santa Maria do Monte Carmelo.
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Desta forma, o Carmelo adquiriu seus dois elementos característicos: referência a Elias e união a Maria Santíssima. Ali, segundo a tradição, a Sagrada Família se hospedou ao voltar do Egito.
No ano de 1235, os mouros fizeram uma perseguição contra os cristãos, e por isso os carmelitas dividiram-se em dois grupos: um que permaneceu no Monte Carmelo – os monges foram massacrados e o mosteiro incendiado; o segundo grupo refugiou-se na Sicília, Creta, Itália e, finalmente, na Inglaterra, no ano de 1238.
São Simão e o Escapulário
Na Inglaterra, os irmãos fundaram um mosteiro em Aylesford e iniciaram um novo tempo. Lá, viveram por parte de um grupo a rejeição da Ordem. Imitando o exemplo dos primeiros Irmãos, o Prior Geral dos Carmelitas, São Simão Stock, recorreu à oração.
Na noite do dia 16 de julho de 1251, Simão dirigiu-se a Virgem Maria e pediu-lhe o “privilégio feudal”, a proteção da “Senhora” sobre seus vassalos em tempos de perseguição e dificuldades. Neste momento, rezou esta famosa oração: “Flor do Carmelo, vide florida. Esplendor do Céu. Virgem Mãe incomparável. Doce Mãe, mas sempre Virgem, Sede propícia aos carmelitas, Ó Estrela do Mar”.
Logo, apareceu-lhe a própria Virgem Maria rodeada de anjos. Entregou-lhe o Escapulário que tinha em suas mãos e disse-lhe: “Recebe, meu filho muita amado, este Escapulário de tua Ordem, sinal de meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas: quem com ele morrer, não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e de amor eterno”.
Depois disso, Simão chamou todos os frades e explicou o que havia acontecido. Acrescentaram o Escapulário ao hábito e começaram a contar esta maravilhosa aventura da Virgem Maria para ajudar os carmelitas. Depois, adaptou-se o Escapulário grande a uma forma menor para o povo, e muitos começaram a usá-lo, como sinal de amor a Virgem Maria e símbolo de vida cristã fixa em Deus.
Pedido em Fátima
No dia 13 de outubro de 1917, na última aparição de suas aparições na Cova da Iria, em Fátima, a Virgem Maria uniu três devoções marianas:
- a espiritualidade do Escapulário;
- a oração do Santo Rosário;
- e a consagração ao seu Imaculado Coração.
Logo depois da aparição, os três pastorinhos de Fátima tiveram visões.
Na primeira delas, ao lado de São José, apareceu Nossa Senhora do Rosário, com o Menino Jesus ao colo. Em seguida, surgiu como Nossa Senhora das Dores, junto com seu Filho, o Homem das dores (cf. Is 53, 3), que passava por grandes sofrimentos.
Na terceira e última visão,“gloriosa, coroada como Rainha do Céu e da Terra, a Santíssima Virgem apareceu como Nossa Senhora do Carmo, tendo o Escapulário à mão”.
No ano de 1950, perguntaram à Irmã Lúcia o motivo da Virgem do Carmo aparecer com o Escapulário nas mãos. Em resposta, ela disse: “É que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário”.
Pouco tempo depois, no dia 11 de fevereiro de 1950, o Santo Padre, Papa Pio XII, providencialmente convidou toda a Igreja Universal a “colocar, em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário, que está ao alcance de todos; entendido como veste mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste”.
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