I. Pode-se dizer sem exagero que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é penhor e sinal de predestinação. É evidente que este Coração é o Coração mais amante: é todo amor para nós.
O Divino Salvador ama todos, pois deu a Sua Vida por todos sem exceção. Mas “ama com afeto especial aqueles que O amam” (Prov. 8, 17).
Que belo testemunho de amor é a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que não é outra coisa senão um exercício de amor.
Se os corações que se amam buscam unir-se para nunca mais se separarem, o Coração de Jesus deve desejar imensamente unir-se às almas de maneira inseparável pela união perfeita e eterna do Paraíso.
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O Coração de Jesus é de tal modo reconhecido, que não pode deixar sem recompensa um copo de água dado por Seu amor. Como poderia abandonar, na última hora, a quem o honrou por tantas orações, comunhões, boas obras, feitas na intenção de Lhe agradar?
Santo Hilarião, chegada a hora de sua morte, animava-se dizendo: “Minha alma, que temes? Não serviste a Jesus Cristo durante setenta anos? Seu Coração que é tão reconhecido, poderia te abandonar agora que tens tanta necessidade do seu socorro?”
Deveríamos temer por causa de nossos pecados passados? Mas temos de tratar com um Deus cujo Coração é tão misericordioso, que mais ardentemente deseja nos conceder o perdão dos nossos pecados, do que nós obtê-lo, como diz São João Crisóstomo.
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“Ele se gloria de usar misericórdia com os culpados”, como diz o profeta (Is. 30, 18), e perdoa-lhes apenas Lhe pedem perdão.
Este Deus cheio de clemência, a quem fará misericórdia senão àqueles que tiverem honrado durante a vida o Seu Coração, infinatamente misericordioso, e lhe tiverem oferecido tantos atos de reparação, tantas generosas satisfações, pelos seus próprios pecados e pelos dos outros?
II. Quão própria é a devoção ao Sagrado Coração para nos tranquilizar com relação ao Juízo. Quem será o nosso Juiz? Consolemo-nos: “A Nosso Redentor mesmo é que o Pai Eterno confiou o poder de nos julgar” (Jo 5, 22).
Também São Paulo nos anima dizendo: “Quem é que vos condenará? É o mesmo Salvador que, para não nos condenar à morte eterna, condenou-se a Si mesmo à morte por nós e, não contente com este imenso benefício, continua ainda a interceder por nós no Céu, junto a Deus Seu Pai!” (Rm 8, 34)
Oh! Que sinal de predestinação é a devoção ao Sagrado Coração!
Oh! Quão doce é morrer depois de ter sido discípulo fiel do Coração de Jesus!
Oração
Ah! Meu Jesus, quando virá o dia em que poderei dizer: meu Deus, não posso mais Vos perder? Quando Vos verei face a face e estarei certo de Vos amar com todas as minhas forças durante toda a eternidade?
Ó meu Bem Supremo, meu único amor, enquanto eu viver aqui na terra, estarei sempre em perigo de Vos ofender e perder a Vossa Amável Graça.
Houve um triste tempo em que eu não Vos amava, em que desprezava o Vosso Amor. Agora arrependo-me de toda a minha alma, e confio que já haveis me perdoado.
Amo-Vos de todo o meu coração, desejo fazer tudo o que posso para Vos amar e Vos agradar.
Contudo, estou sempre exposto ao perigo de Vos recusar o meu amor e afligir o Vosso Divino Coração que tanto amor me tem. Ah! Meu Jesus, vida e tesouro da minha alma, não o permitais. Se esta extrema desgraça acontecer, fazei que eu morra de modo mais doloroso; eu o aceito e darei graças por isto.
Eterno Pai, pelo amor de Jesus Cristo, e pelos merecimentos de Seu Divino Coração, não me desampareis no meio dos perigos que me cercam. Castigai-me quanto quiserdes, mas preservai-me da desgraça de perder o Vosso Amor.
Maria, minha boa Mãe, obtende-me do Coração tão generoso do Vosso Filho a perseverança na sua amizade.
Santo Afonso Maria de Ligório
Tomo I – Primeira Sexta-feira de Fevereiro
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